sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pessoas

Durante muito tempo andei cega, sabem, durante muito tempo vivi o "meu mundo", era de algum modo extremamente anti-social que até metia nojo, mas o mundo não é meu nem não gira à minha volta e ainda bem, porque assim conhecendo pessoas, tenho o privilégio de partilhar com os outros, o que tenho de bom e o que tenho de mau e só assim me conheço.

No decorrer da minha vida continuo a conhecer pessoas que muitas vezes nos surpreendem e outras que nos desiludem e estes sentimentos tenho de os considerar ambíguos, pois considero que sendo imparcial a certas coisas, há outras que eu não posso deixar passar.

Conheci uma pessoa que me fez abrir os olhos de alguma maneira, no entanto ao que parece, os conselhos e os confrontos que me deu e o que me fez sentir parece que não os aplica, o que me leva a crer que afinal de contas, para quem criticava e julgava tanto, no fundo, faz o mesmo.

É extremamente triste sentir que existem pessoas que preferem refugiarem-se nos seus pensamentos ou noutra coisa qualquer e preferem sofrer, muitas vezes sem sentido, com medo de viver, com medo de sairem cá pra fora!

Eu já fui assim!

Lutem, caralho, mandem cá pra fora a vossa revolta, vivam! Coragem! Trabalhem o vosso ser, demora por vezes, mas o sabor da vitória sabe-nos a mel. Façam por vós, nunca esquecendo os outros, mas lutem!

A vida é assim, não há lugar para quem amolece, para quem se conforma, para quem se submete, muitas vezes parece nos atroz, mas se não houvessem dificuldades, a vida perderia o sentido, pelo menos para mim, porque assim não me transcendia, não me superava e é tão fixe saber que conseguimos, basta fazer um esforço, perder o medo e essencialmente confiar em nós mesmos.

No entanto, sou da opinião de que cada um sabe de si, mas custa-me ter amigos que não se conhecem a eles próprios, ou então preferem não se conhecerem, são família, entristecem-me. Vão pela via mais fácil, nunca gostei de coisas fáceis, faz me falta a adrenalina, faz-me falta a aventura, faz-me falta sentir o coração pulsar, faz-me falta a vida que é tão curta e que tem de ser aproveitada ao máximo.
Por vezes desesperamos, perdemos a esperança, entristecemos, mas ninguém é de ferro, certo?!
É nas dificuldades da vida que percebemos a nossa força.

Quero pedir a tod@s os que se consideram meus amig@s e não só que nunca desistam dos vossos sonhos, que agarrem a vida com unhas e dentes e que deixem de se preocupar com coisas futéis, com a mesquinhez, o egoísmo, com a intolerância, com a competição entre "irmãos", com a cegueira interior que muitas vezes nos faz ter comportamentos ridiculos, só nos destruímos e perdemos a noção de nós mesmos, porque no fundo somos todos "familia".

Familia - nome que designo por quem me quer bem e vice versa e não pelo grau parentesco. Muitas vezes é á nossa familia que magoamos mais, porque sabemos que eles nos amam e porque pensamos que aguentam tudo e aguentam, sim, até ao dia em que a paciência se esgota e deixam de nos querer ouvir, no entanto, seja de que lado for, nunca perdemos o carinho por eles.
Não é possivel mandar na vontade dos outros se eles mesmo não tiverem vontade de o fazer, de se conhecerem, de se enfrentarem.

Lembro-me de um emprego que tive que deixei há algum tempo em que ia almoçar ás três da tarde só para não falar com ninguém, tinha medo que houvesse alguém que se sentasse na minha mesa para saber coisas minhas, porque achava que ninguém me iria levar a sério, que poderiam não gostar de mim.

Sabem que mais?! Quero mais é que se lixe se gostam ou não, no entanto existe algo chamado coerência consciente e é através dela que vou mudando as minhas partes más e aperfeiçoando as minha partes boas, aprendendo com a minha experiência e com a experiência dos outros e assim partilhando amor no sentido mais lato da palavra.

Sem isso o mundo nunca poderá ser um sítio melhor.